Antônio
Menrod, pós-doutorado em
Educação,
Arte e História da Cultura.
Há anos não assisto televisão, nem
mesmo noticiário. A leitura de um livro sempre foi, e continua sendo, meu
entretenimento predileto. Para noticiários, opto por ler jornais. Porém, já
passava das 19h e as notícias lidas nos jornais do dia 15 de fevereiro de 2022,
sob o avançar das horas, já eram obsoletas.
No entremeio da leitura do livro em
mãos, recebi uma concisa mensagem de WhatsAppdo estimado amigo confrade Dr.
José Afonso Vaz:
“- Está caindo um temporal devastador
aqui em Petrópolis. Calamidade”.
A ele respondi de imediato:
“- Deus salvaguardará, por intercessão
de São Francisco de Assis e São José, as vítimas e desabrigados.” - coloquei na
minha resposta ambos os santos intercessores, pois são os dois de maior devoção
do advogado e acadêmico de escol.
Naquela aterrorizante noite para
Petrópolis, eu estava no meu apartamento no Rio, no bairro de Botafogo, e após
a troca quase simultânea de mensagens, liguei a televisão no canal GloboNewse,
deveras, o cenário era de um hecatombe pluvial. A vilania da chuva era
impenitente, as imagens mostradas na TV me deixavam atônito. As cenas eram
aflitivas, angustiantes, de cortar o coração até dos mais insensíveis dos
homens. Não sei por que, mas a música Everybody Hurts, tema da Organização
Humanitária Internacional Médicos Sem Fronteiras, apoderou-se dos meus
pensamentos. Passado este momento, meu primeiro impulso foi pegar o Terço
Mariano e ficar debulhando o rosário, rezando os Mistérios Dolorosos, estagnado
diante da televisão, em pé.
Infelizmente, não é de hoje que
desastres naturais assolam Petrópolis, deixando vítimas e desabrigados. As
culpas do poder público assumem várias formas, mas não acalentam a dilacerante
dor da perda humana. Centenas de vidas esvaindo-se dos corpos soterrados,
deixando entes queridos enlutados, os quais terão de conviver com a falta
insubstituível de um membro familiar.
A teologia contemporânea sempre nos
aconselha a pensar a fé à luz dos sinais dos novos tempos. Como, por exemplo,
entre outras coisas, a degradação desenfreada da mãe natureza, nossa casa
comum, e o acrescimento global.
A fé para mim está no princípio, meio e
fim para a compreensão humana. A fé é minha guia desde sempre. Minha mola propulsora.
Mesmo diante de uma grande tragédia, não podemos perder a fé. Há de se manter a
fé. A fé renova, ela recria, ela alimenta a alma, ela nutre a esperança, ela
fortalece, ela encoraja e ressuscita. A fé é propiciadora de bênção. Em Jó
13:15, está registrado um testemunho de fé que vai muito além de um grão de
mostarda: “ainda que ele me mate, nele esperarei”.
No dia seguinte, não poderia ser
diferente: a tragédia de Petrópolis gerou espanto e repercussão nacional e
internacional. Estava estampada nas primeiras páginas de todos os jornais.
Petrópolis é uma imperial Fênix. Sua
beleza estonteante revitaliza-se por si só. Petrópolis, os menestréis tecem
poemas para ti. Petrópolis, minha amada e sempre lembrada Petrópolis, eu rezo e
canto para Deus protegê-la.
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Conheça um pouco mais sobre o autor no vídeo abaixo: