Antônio Menrod, pós-doutorado em
Educação,
Arte e História da Cultura.
Não estava no script de Deus o
assassinato cruel e covarde do jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24 anos,
que, junto com sua família, havia escolhido o Brasil para realizar o sonho mais
lindo que Deus sonhou para ele.
A trama diabólica que levou a este
desfecho horrendo foi elaborada por homens desalmados e armados com pedaços de
madeira e taco de beisebol, que praticaram atrocidades com ações selvagens que
abrem sendas claras de serem homens portadores de pensamentos supinamente
doentios.
No limbo deste nefasto fato, ocorrido
em um quiosque na Barra da Tijuca, testemunhado por transeuntes, o que nos
tornamos? Ou o que sempre fomos?
Fingirmos que o mundo não está irrigado
de retrocesso civilizatório, xenofobia, racismo, desumanização e capitalismo é
oficializar o esmigalhamento da nossa condição de filhos de Deus.
Por sermos “criados à imagem de Deus”,
está na Carta de São Tiago 3:9: o Amor tem que ser a prática mais reinante em
nós para com o próximo, não a barbárie.
O poeta romano Virgílio escreveu: “Até
as coisas derramam lágrimas quando a tristeza é grande demais”. Eu choro e meu
coração se enche de Profunda tristeza quando leio notícias que demonstram a
degradação do amor ao próximo. E não foi diferente ao fazer a leitura do que
aconteceu com Moïse Kabagambe, refugiado político, que para fugir da guerra e
da fome deixou seu país africano para se abrigar no Brasil. Tinha ele uma
fecunda existência pela frente aqui neste país, porém ceifada por cobrar seus
direitos de trabalhador.
Eu, mesmo diante do obscurantismo que o
mundo persiste em nos oferecer, continuarei a experimentar um amor profundo
pelo próximo, cuja fonte é e somente pode vir de Deus que se define como Amor.
Em 1 João 4:8 “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Mesmo sem nunca ter conhecido Moïse
Kabagambe, eu sinto amor por ele. E há em mim, com a morte dele, o sentimento
da perda de um ente querido. Resta-me a plena convicção que ele está a emanar
Luz sobre nós da Eternidade.
Por: Antônio Menrod.
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