Rua do Siriri, de Amando Fontes – Resumo PARTE 2

(Rua do Siriri, de Amando Fontes)

 

Por: Allan de Oliveira.

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Com a saída de Nenem outra prostituta vai morar na casa de Mariana, o nome desse outra é Belisana. Mas, após um curto período de prostituição, Belisana recebe uma proposta de um homem para ela deixar aquela vida e se tornar a sua amante. Após Belisana aceitar a proposta, entra Pequena em seu lugar. Porém, essa recebe como clientes os membros do Bando de Nôzinho, uma gangue de arruaceiros, e uma morte acaba ocorrendo na casa de Mariana. Essa fica com raiva, expulsa Pequena e em seu lugar entra Rosa, uma jovem natural do município de Rosário/SE.

 

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Uma personagem muito interessante no livro é Calu, a louca, uma mulher que perdera as faculdades mentais. Essa personagem passeia pelas ruas de Aracaju, cantando uma canção muito triste como fosse uma alma penada procurando avisar aos vivos sobre algo ruim. Calu canta para receber esmolas sem precisar pedir ou estender as mãos. 

As pessoas contavam várias versões a respeito da história de Calu, a Louca, alguns diziam que a infeliz já fora rica, outros que ela era filha de algum senhor-de-engenho. Mas, a verdade é que no passado era a considerada a prostituta mais bonita de Aracaju, teve uma vida repleta de luxo muito maior do que as mulheres casadas da elite por ter sido muito procurada por muitos homens da alta sociedade aracajuana.

 

Nessa época o nome “Calu” não poderia ser mencionado numa refeição em família por ser considerado algo do mal, simplesmente, porque ela era o motivo do adultério cometido por esses homens.

 

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Após um determinado período houve uma boa época de safras de algodão e açúcar. Isso resultou em pontos positivos para a economia local dando melhores possibilidades para todas as classes sociais (baixa, média, e alta). As “garotas-de-programa” conseguiram sobreviver um pouco melhor por um breve período. Mas, quando surgiram períodos de seca, os preços dos alimentos e do algodão acabaram aumentando, e a vida ruim retornou para as prostitutas que passam a ganhar pouco. 

Às vezes as mulheres se recolhiam para dormir e chegavam clientes que lhes tirava o sono, como foi o caso de Nôzinho e seu bando de arruaceiros, maus-pagadores e que brigavam entre si. Numa dessas visitas de Nôzinho ocorre um desentendimento entre dois integrantes do bando que resulta numa morte e no dia seguinte as mulheres da casa de Mariana são presas e depois soltas. A partir desse incidente ocorre um policiamento na rua do Siriri onde as ordens é prender se haver um simples “bate-boca”. Além disso, havia também a cobrança de pedágio caso as prostitutas circulassem em determinados locais para oferecerem os seus serviços.

 

 


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Tita é mais outra “garota-de-programa” que também recebe proposta para largar a vida de prostituta. Ela vai morar na Bahia com um maquinista muito ciumento que a maltratava. E após um certo tempo é relatado em um jornal da Bahia que Tita se matou envenenada por causa de uma briga com um espanhol que ela passou a morar depois do maquinista. 

Com a saída de Tita, Nenem retorna para a casa de Mariana porque o coronel que a “bancava” não a quis mais e ela entra no lugar de Tita. Mas, depois de um mês após sua volta ela recebe novamente outra proposta de outro homem e após 3 anos vivendo juntos se casa com esse homem.

 

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Após esses incidentes vai morar na Rua do Siriri, uma prostituta proveniente do município de Socorro/SE. Antes da sua vida de “mulher-dama” ela trabalhava nas máquinas de teares da fábrica de tecidos Sergipana (local que hoje corresponde ao Aracaju Parque Shopping). O nome dessa prostituta é Almerinda. Mas, por ela ser quarentona, não tinha clientes e ela acaba voltando ao trabalho escravo da fábrica Sergipana e vai morar na casa de umas amigas no bairro Manoel Preto, vizinho ao Bairro Industrial. Com isso, após a saída de Almerinda da casa de Mariana, quem entra em seu lugar é Madalena (Madá), uma prostituta devota da santa Nossa Senhora do Rosário. 

A prostituta Rosa, citada no início da parte deste resumo, contrai uma doença e o médico que a visita, recomenda uma quarentena para ela. Com isso, as prostitutas não poderiam receber clientes resultando em uma crise financeira na casa de Mariana, inclusive, em falta de dinheiro para comprar os remédios para Rosa. 

Tratava-se de uma época em que não existia o SUS (Serviço Único de Saúde) e com a inexistência desse serviço público os mais pobres estavam impossibilitados em receber medicações gratuitas. 

A doença de Rosa se agrava e ela acaba falecendo. 

No dia do velório as prostitutas preferiram não receberem clientes em respeito à morte da companheira, fazem uma vaquinha para comprarem o caixão para o corpo de Rosa não ser enterrado numa rede. 

O cortejo segue para o Cemitério dos Cambuís (atualmente chamado de Cemitério Cruz Vermelha), considerado o cemitério dos pobres e dos indigentes. 

Após o falecimento de Rosa quem entra em seu lugar é Branca, uma mulher oriunda do município de Itabaiana/SE.  

Branca era uma mulher casada que cometeu adultério. Por ter se arrependido fugiu de casa, passando a se prostituir para sobreviver.

 

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Angelina faz uma visita à casa de Mariana. Já fazia 7 a 8 anos que ela havia partido. Depois do português que a levou para o Rio de Janeiro, ela tornou-se amante de outros homens endinheirados até se firmar como amante de um dono de indústrias. Ela menciona os salões de beleza, chamados na época de Instituto de Beleza, algo inexistente em Aracaju nos anos 20 do século XX, como mencionado na página 310. 

Angelina conta que Belisana ficou muito doente, provavelmente, sífilis, chamada na época de “doença do mundo”. Belisana gastou sua fortuna, mas a doença não tinha cura na época e ela empobreceu de vez, passando a se prostituir num local do Rio, na época chamado de “Mangue”. 

Quando Angelina fez passeios pela cidade de Aracaju, na época da sua visita, já haviam sido construídas ruas desconhecidas para ela. Provavelmente, devem ser os anos 1926-1927. 

A prostituição da Rua do Siriri vai se estendendo, como, por exemplo, o trecho entre as ruas Propriá e Itaporanga. É nesse trecho que Albertina (personagem do clássico Os Corumbas) vai morar, como expresso no final do Capítulo 42.

 

Aproveite para ler um resumo do livro

Os Corumbas, de Amando Fontes nos links abaixo:

 

Parte 1 do resumo: https://bit.ly/3y4n6fN

 

Parte 2 do resumo: https://bit.ly/3y1W34U

 

A Rua do Siriri foi perdendo prestígio porque as autoridades passaram a permitir que as prostitutas se estabelecessem em outras zonas pelo fato dessa rua está começando a morar famílias. Assim, muitos clientes endinheirados que, de forma sigilosa, procuravam prostitutas, deixaram de frequentar a Rua do Siriri porque serem casados. Com isso, Branca resolve se instalar em outra casa de “mulher-dama”, casa essa localizada na Rua de Santa Luzia, próxima à Rua do Barão, e resolve deixar a casa de Mariana. 

Mariana passa por dificuldades por causa da saída de Branca e também pela falta de clientes, além dos clientes também não a procurem com frequência por ela ter mais de 40 anos. Mas, fora isso, Mariana também estava impossibilitada de atender clientes por sofrer de asma. 

As outras duas “garotas-de-programa” que permaneceram na casa de Mariana foram Esmeralda e Madá das quais também passavam por dificuldades financeiras, havendo semanas que ganhavam pouco ou semanas das quais nada ganhavam e o dinheiro mal dava para as necessidades mais básicas. 

Como o estado de Mariana havia se agravado, ela recebia ajuda de amigos e antigos clientes, mas acabou sendo internada num hospital e depois de um tempo chegou a falecer. Com o seu falecimento, nenhum funcionário do hospital avisou às amigas dela sobre a fatalidade por se tratar de uma prostituta, atitude essa repleta de discriminação. E as duas companheiras que sobraram passam a comentar que teriam de morar em outro local mais barato. 

Esmeralda até pensava em seguir outro rumo, talvez trabalhar nas fábricas de tecidos de Aracaju, mesmo sabendo da exploração existente nesses ambientes de trabalho. 

Assim a vida dura seguia para essa mulheres sofredoras. 

 

 LEIA A 1ª PARTE DO RESUMO NO LINK ABAIXO:

 

http://literaturasergipana.blogspot.com/2022/10/rua-do-siriri-de-amando-fontes-resumo.html 

 

 

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