Resumo de OS CORUMBAS, de Amando Fontes (Parte 2)

(Os Corumbas, de Amando Fontes)

 

Por: Allan de Oliveira.

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A família Corumba soube notícias a respeito de Rosenda e descobriram que o Cabo Inácio a abandonara, fugindo para o município de Itabaiana e depois para o Estado de São Paulo. E, com isso, Rosenda fora morar num cabaré no município de Jeremoabo/BA para se prostituir por não ter outra alternativa de ganhar a vida. 

A moça Bela já estava trabalhando na Têxtil, mas sofria muito com suas moléstias e ela estava precisando de remédios e de auxílio médico. Por conta desta necessidade, Albertina resolveu procurar o médico da Têxtil, o Dr. Silva Fontoura, e ele concordara em ajudar a sua irmã por ter se encantado com a beleza de Albertina. 

Por conta da saúde precária, Bela estava sem ir ao trabalho por cerca de um mês. Através deste fato comovente, Caçulinha, a filha mais nova da família Corumba, sugerira “largar” a Escola Normal e trabalhar em algum escritório. Mas, Sá Josefa não concordou. 

Dias depois, o velho Geraldo adoecera também, permanecendo de cama por vinte dias. Assim a situação financeira da casa piorava e tiveram de comprar “fiado” e Sá Josefa teve de pedir dinheiro emprestado ao irmão. Mas, este por ter uma família composta por nove pessoas não pôde arranjar muito para a irmã. Portanto, não havia outra solução a não ser: Caçulinha ter de trabalhar. 

Albertina e Caçulinha foram à casa do advogado Dr. Barros para ver se ele conseguia arranjar um emprego para Caçulinha no escritório da Têxtil. Mas, a saúde de Bela estava piorando. Ela tossia, tinha febre em todas as tardes, chegando a falecer. 

“Houve lágrimas. Mas foi uma dor tranquila, sem lamentações nem desesperos. Sentiam, mesmo, uma espécie de alívio. Não tanto por causa deles. Mais pela que se fora, pois descansara, afinal”. (FONTES, p. 149) 

Na fábrica Têxtil também ocorreu uma morte que fora acidental onde a vítima havia sido um rapaz com 15 anos e a mãe do rapaz também trabalhava na fábrica. As pessoas ficaram desesperadas com a morte, e quando a pobre mãe soube, correu desesperada para abraçar o corpo do filho. A situação financeira, psicológica, e emocional desta mulher demonstra que iria piorar também porque há um ano ela perdera o marido. Mesmo recebendo uma pequena indenização. 

O Dr. Fontoura e Albertina passaram a namorar às escondidas. Porém, o médico tinha fama de aproveitador de mulheres. Com isso, as pessoas fofocavam se eles estavam namorando e os pais de Albertina também desconfiavam e não gostavam nada disso. E como costume do Dr. Fontoura, ele a desvirginou Albertina como fez com as outras. Deu a ela alguns presentes, um pouco de dinheiro, e interessado em outra garota, abandona Albertina, que por não ter conseguido mais emprego em Aracaju passou a se prostituir na Rua do Siriri. Isso ocorria porque naquela época tanto as fábricas quanto os demais estabelecimentos de Aracaju não aceitavam mulheres que perderam a virgindade antes do casamento: o ultraconservadorismo nesse aspecto era grande. 

“Assim fez. Da casa onde residia, por conta de Fontoura, mudou-se para a Rua do Siriri, principal centro da prostituição no Aracaju.

E todos os homens que a haviam requestado, quando era amante do doutor, acorreram, sem tardança, para vê-la...”. (FONTES, p. 184) 

A irmã de Albertina, Caçulinha, passou a namorar um sargento chamado de Zeca. Eles se conheceram no aniversário de uma moça chamada Gracinha e o Sargento Zeca pedira Caçulinha em casamento. O namoro deles ocorria na porta da moça à noite e aos sábados. Eles davam passeios pelo Bairro Industrial, Santo Antônio e também por bairros dos arredores dos já citados. 


 

Numa tarde, Caçulinha resolvera faltar ao trabalho e fazer umas compras para o enxoval. No bonde, por acaso, ela encontra o namorado e ele a acompanha. Quando anoitece, o Sargento Zeca sugere à moça a ir à casa dele e lá ele desvirgina Caçulinha que ficara muito constrangida. Porém, o namorado passou a sentir culpa de si mesmo e pena da garota. 

“Porque não havia tortura maior para a vida de um homem do que uma esposa leviana ou desonesta. Para ele, com o gênio violento e impulsivo que era o seu, seria, por certo, as grades da prisão”. (FONTES, p. 207) 

Após ter conseguido o que o corpo queria, o sargento ficou em dúvida se valeria à pena casar com aquela menina. E no dia seguinte, Caçulinha e o Sargento Zeca tiveram uma briga e eles terminam o relacionamento. 

A Têxtil ao saber do procedimento de Caçulinha despedira-a. 

“Era este um velho hábito, que desde sua fundação as fábricas vinham mantendo com rigor: - Não permitir nunca o trabalho, na seção do escritório, a moças que não tivessem vida honesta”. (FONTES, p. 223) 

Quando Sá Josefa soube da desvirgindade da filha teve um “pire-paque” e desmaiou. No outro dia, Sá Josefa sugeriu à filha recorrer à justiça para denunciar o Sargento Zeca. 

O promotor requerera a prisão preventiva do Sargento Zeca. Mas, a família do mesmo, por ser poderosa, procurou providências para defendê-lo. Assim, a causa judicial da garota estava perdida porque alegaram que a moça não provara a idade, bem como outras coisas. 

“Era só o que faltava! Um neto do coronel Chiquinho Vasconcelos casar com uma operária do tecido!”. (FONTES, p. 224) 

O promotor Gustavo passou a frequentar a casa de Caçulinha por ter se interessado nela. Ele era um homem casado que propôs tê-la como sua amante, prometendo casa mobiliada e dinheiro. Mas, a mãe não concordara por ser uma pessoa moldada nos costumes tradicionais. Porém, a menina aceitou a proposta do outro porque era a única saída para a sua situação precária invés de assim como as irmãs também seguir o caminho da prostituição. 

Tempos depois, Sá Josefa fora visitar Caçulinha, sendo a primeira e última vez que a vira porque o marido sugerira voltarem ao interior por sentir vergonha e pena da situação das filhas, desejando morrer na terra onde nascera. A moça deu dinheiro à mãe, prometendo enviar mais dinheiro outras vezes e Sá Josefa sai da casa da filha e segue de trem para o destino deles.

 

ACESSE a 1ª parte do resumo no link abaixo: 

https://bit.ly/3E4AjsG

 

REFERÊNCIA

FONTES, Amando. Os Corumbas. Rio de Janeiro. Editora José Olympio LTDA, 2003. 25ª Ed.

 

 

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