A LIVRARIA DA UTOPIA SOCIALISTA (Resenha)

 

(Livro de Cleber Marques de Oliveira)

 

Por: Allan de Oliveira.

Contato: allantbo@hotmail.com

 

O Romance A Livraria da Utopia Socialista, publicada em 2021 pela editora Clube dos Autores é uma das obras mais recentes de Cleber Marques de Oliveira, um escritor oriundo de Aracaju/SE e que o leitor poderá conhecer mais sobre ele através deste link aqui: http://literaturasergipana.blogspot.com/2021/03/cleber-marques.html

Nesse livro é comentado sobre o bibliotecário Danilo, grande intelectual, colecionador de livros, e enxadrista, que reside numa cidade fictícia de Sergipe e o seu objetivo após ele se aposentar é abrir uma livraria comunitária que revenda livros pelo valor de custo, no intuito, de incentivar as pessoas da cidade a terem o hábito da leitura para adquirirem senso crítico, e, futuramente, poder ser construída uma sociedade mais justa, solidária, e consciente.

A ideia para criação dessa livraria ocorre quando o protagonista tem um sonho e ele se influencia nas ideias do seu falecido avô que influenciou muito na cultura de Danilo que quando vivo lhe passava muita sabedoria. O avô lhe dizia: “Busque incansavelmente compreender sua simplicidade, pois é o último degrau para se alcançar a sabedoria”. (DE OLIVEIRA, 2021, p. 3 e seg.)

A ideia de criação para a livraria comunitária ocorreu porque eram precárias as condições da biblioteca da escola em que Danilo trabalhava e também o governo local não investia em cultura e educação e só ludibriava o povo com a política do “pão e circo” como é abordado nos trechos abaixo:

 

“Pensei por alguns instantes e depois retornei ao meu assento. Eu sonhava em ser ainda mais útil a mim e àquela comunidade. A rotina na biblioteca era insuficiente para quem, naquelas circunstâncias, desejava mudar algo de importante na vida delas. A precariedade da escola era notória, faltava de tudo. Na biblioteca, os poucos volumes que pertenciam ao acervo eram obsoletos e não havia vontade política para melhorar a situação, mesmo depois dos protestos que chegaram à prefeitura e à imprensa local”. (DE OLIVEIRA, 2021, p. 8 e seg.)

 

“Eu havia pensado nisso, porém, minha experiência como bibliotecário da escola por trinta anos eliminou todas as possibilidades imagináveis. Falei que apenas duas premissas bastavam: uma comunidade carente de tudo com governos que há décadas não se preocuparam com o mínimo, e uma educação formal de qualidade que nunca esteve entre as prioridades de nossos representantes”. (DE OLIVEIRA, 2021, p. 16)

  

“O povo instruído é como canhões que destrói um castelo! Melhor a política do pão e circo, que diverte e distrai o povo dos problemas mais sérios. Por aqui, botecos se multiplicavam com suas bebidas ludibriantes, enquanto bibliotecas e livrarias eram palavras desconhecidas pela maioria”. (DE OLIVEIRA, 2021, p. 9)

 

O livro também faz denúncias políticas pelo fato do protagonista lutar por cultura, algo que muitos dos políticos conservadores fingem não entender e discordam com a ideia porque só concordam que o povo tenha contato com livros didáticos e não concordam com a ideia das pessoas mais humildes terem contato com livros que as façam pensar.

Outras denúncias políticas também estão expressas nesses trechos logo abaixo:

 

“A sexta-feira surgiu e trouxe com ela uma chuva torrencial, não só para o povoado Bananeira, mas para todo município de Santa Felicidade. Bom por um lado, pois os agricultores familiares faziam preces por esta benção; entretanto, a falta de saneamento básico provocou muito alagamento e lamaçal”. (p. 41)

 

“Hoje, penso que aqueles que têm o poder de ajudar, de mudar as coisas para o bem dos santafelizenses, não o fazem. A pergunta é por quê? A única resposta que me vem à mente é: individualismo, egoísmo e conveniência em prol de seus próprios interesses. Portanto, eu quero, pelo menos, tentar ajudar por meio da oferta gratuita de conhecimentos. Nada mais fácil e prático que lendo bons livros que nos façam pensar de forma crítica!”. (p. 46 e seg.)

 

Também faz uma denúncia à sociedade provinciana, conservadora, e preconceituosa da cidade de Santa Felicidade onde essa afirma que Danilo tem um caso amoroso com seu amigo Joaquim porque eles vivem sempre juntos, sendo que Joaquim tem uma noiva e Danilo é solteiro. E, além disso, os fofoqueiros com suas ideias negativas quando tomam conhecimento da livraria comunitária que o protagonista pretende inaugurar, afirmam que o projeto não vai dar certo, ou que ele endoidou, e a fofoca se espalha pela cidade.

No livro há citações de Mário Quintana, Monteiro Lobato, Heródoto, além de citações de outros escritores e pensadores de renome, como também o uso de termos nordestinos como “cabrunco”, “tapa no pé do ouvido”, “fi da peste”, e muitos outros termos bastante utilizados no Nordeste brasileiro. E também o uso de ditados populares tais como: “Melhor um amigo na praça do que muito dinheiro no caixa”; “Quando a esmola é demais, o mendigo desconfia”.

É uma leitura atual porque aborda a temática das livrarias comunitárias que volta e meia circula alguma notícia na internet. E, recomendo ao leitor que experimente a leitura onde você poderá adquirir essa e outras obras do escritor Cleber Marques neste link que se encontra logo abaixo:

 

https://clubedeautores.com.br/livros/autores/cleber-marques-de-oliveira

 

Caso o leitor tenha preferência para assistir a um vídeo sobre A Livraria da Utopia Socialista, de Cleber Marques de Oliveira, você poderá assisti-lo no YouTube, clicando neste outro link que está logo abaixo:

 

 

REFERÊNCIA:

DE OLIVEIRA, Cleber Marques. A livraria da utopia socialista. Aracaju/SE. Clube dos Autores, 2021.

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