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SOCIEDADE PATRIARCAL
E ESCRAVISTA DE SERGIPE E A MESTIÇAGEM
A sociedade sergipana começou a se
formar a partir da conquista do território (1500). Desde o início, essa
sociedade tornou-se patriarcal e escravista, pois o chefe de família, branco de
origem portuguesa, mandava em todos (nos empregados, na mulher, filhos e netos)
e possuía o direito de vida e morte sobre seus escravos.
Essa sociedade dividia-se em três grupos diferentes:
* Classe dominante – Grandes
proprietários de terras e altos funcionários do governo.
* Homens livres – Funcionários
públicos, religiosos, pequenos proprietários e comerciantes.
* Escravos – Negros africanos e índios
aprisionados nas guerras de conquista do território.
Ao longo dos séculos os índios, negros
e brancos misturaram-se e deram origem a uma sociedade mestiça.
A mestiçagem mais comum foi entre os
maiores grupos raciais, os brancos e os negros, afinal a grande maioria dos
indígenas foi exterminada.
A CULTURA INTELECTUAL
SERGIPANA
Um marco do início do desenvolvimento cultural em Sergipe foi a publicação do seu primeiro jornal, o Recopilador Sergipano em Estância, por iniciativa do Monsenhor Antônio Fernandes da Silveira. O jornal funcionou de 1832 a 1834, sendo impresso pela primeira tipografia da província, que publicou os “Anais do Conselho Geral da Província”.
Em 1848, pela primeira vez, um sergipano publicou um livro: Constantino Gomes de Souza, com “Prelúdios Poéticos”.
Mais sobre Constantino Gomes de Souza aqui: https://literaturasergipana.blogspot.com/2013/06/800x600-800x600-normal-0-21-false-false.html
MUDANÇA
DA CAPITAL
Antes mesmo da mudança da capital,
Inácio Barbosa já havia transferido alguns órgãos públicos para as praias do
Aracaju (a Alfândega e o Correio), além de ter criado uma Delegacia de Polícia
no local.
Com o apoio do Barão de Maruim e outros
senhores de engenho, Inácio Barbosa convocou uma reunião da Assembleia
Provincial na colina do Santo Antônio, no dia 17 de março de 1855, com a
finalidade de transferir a capital de São Cristóvão para Aracaju. A maioria dos
deputados aprovou a Resolução 413.
(...)
Ao saber que perdera a condição de
capital sergipana, a Câmara Municipal de São Cristóvão enviou protesto ao
Imperador D. Pedro II contra a mudança.
Uma figura popular da velha capital,
João Naponuceno Borges, conhecido como João Bebe-Água, organizou um grupo de
cerca de 400 homens armados para combater a mudança. Mas o padre da cidade
convenceu os sancristovenses a não tomarem essa medida violenta.
A
PROFECIA DE JOÃO BEBE-ÁGUA
Diz a tradição que João Bebe-Água, o
maior inimigo da mudança da capital, tinha tanta certeza que São Cristóvão
voltaria a ser a capital de Sergipe, que guardava em sua casa uma dúzia de
foguetes para soltar quando isso acontecesse.
João Bebe-Água morreu sem por os pés no
Aracaju, e jurando que, pelo menos por um dia, São Cristóvão voltaria a ser a
capital, ao som de toques de sinos.
No ano de 1972, na abertura do I
Festival de Arte de São Cristóvão, o governador Paulo Barreto decretou a
transferência da capital do Estado para São Cristóvão por 24 horas. Quando a
comitiva governamental entrou na cidade, doze foguetes pipocaram no ar e todos
os sinos de suas velhas igrejas tocaram festivamente. Estava cumprida a
profecia de João Bebe-Água.
A rodovia estadual que liga Aracaju a
São Cristóvão leva hoje o seu nome.
LEIA
TAMBÉM:
HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 1:
HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 2:
HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 3:
HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 4:
HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 5:
REFERÊNCIA:
CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo. ANJOS, Marcos Vinícius Melo dos. História de Sergipe para vestibulares e outros concursos. Aracaju. Info Graphic’s, 2009.