MÁRIO CABRAL

 

(Mário Cabral, escritor brasileiro)

 

Por: Allan de Oliveira.

https://www.facebook.com/allandeoliveira19/

 

Mário Cabral nasceu em Aracaju/SE a 26 de março de 1914. Ele foi poeta, contista, romancista, crítico literário, historiador, folclorista, ensaísta, e também escreveu livros de memórias.

O autor estudou no Atheneu Pedro II (antigo Colégio Estadual Atheneu Sergipense) e se graduou em Direito em 1937 na UFBA.

Quando voltou para a sua cidade de origem, o escritor trabalhou como advogado, professor, e foi prefeito de Aracaju.

Em 1941, ingressou na Academia Sergipana de Letras, fazendo parte também do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e da Associação Brasileira de Escritores.

Fundou dois jornais em Sergipe, sendo eles o Correio de Aracaju e o Sergipe Jornal. Bem como a Revista Aracaju.

No ano de 1955, Mário Cabral foi morar definitivamente em Salvador/BA e lá dirigiu o jornal Diário da Bahia, colaborando também em outros jornais do mesmo Estado. No entanto, por ter sido sempre apaixonado por Aracaju, em seus poemas existe a sergipanidade, característica importante para definir um autor sergipano.

Em 2014, o escritor foi homenageado pela FUNCAJU (Fundação Cultural Cidade de Aracaju), devido à sua contribuição para a cultura, literatura, e política de Sergipe. Mas, fora essa homenagem, ele recebeu outra quando fora fundada uma biblioteca que leva o seu nome.

O autor escreveu quase 20 livros, podendo-se destacar Roteiro de Aracaju, Aracaju, bye bye, Cidade Morta, e Juízo Final. Mas, além dos seus livros, ele também escreveu artigos em jornais e revistas do Brasil, Chile, Peru e Estados Unidos. Ademais a sua obra fora elogiada por importantes intelectuais como Érico Veríssimo, Luís da Câmara Cascudo, Jorge Amado, Amando Fontes, entre outros.

Mário Cabral faleceu em 2 de abril de 2009, em Salvador por insuficiência respiratória.

(Mário Cabral, Vida e Obra)


VELHICE


Quando o octogenário

Chegou a Varig.

Notou, na recepção,

A mesma moça que já vira antes.

Uma pintura! Uma lindeza!


E o velho ficou parado,

Embevecido, contemplando-a,

Cheio de ternura e emoção.


Sentindo a sua presença

Ela ergueu os olhos azuis:

_ Deseja alguma coisa, senhor?

E ele disse apenas:

_ Não! Nada não! Desculpe...

E saiu triste e trôpego,

Deixando, ali, no balcão da Varig,

A imagem do seu último sonho...


***


E mais este soneto dedicado à praia de Atalaia:


Essa praia... esse mar... esse céu que me enleia...

Essas dunas, sonhando, à carícia da aragem...

Essas ondas, rolando, em franjas pela areia...

Essas nuvens, passando, em rebanho selvagem...


Em seu quimão de prata a lua é uma sereia

Que me traz, pelo azul, a mais linda mensagem...

Uma vela perdida, alvacenta vagueia,

Como um lenço do adeus decorando a paisagem...


Coqueiros a acenar... Canções em murmúrio...

A beleza da vida em tudo exuberando

No suave esplendor dessa noite de estio...


A dúvida, porém, de súbito me invade...

E mudo triste, quedo, eu fico palpitando,

Entre o ser e o não ser, entre o amor e a saudade.



REFERÊNCIAS:

Escritor Mário Cabral completaria 101 anos hoje. Disponível em: <https://www.aracaju.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=64207>. Acesso em: 19 de out. de 2022

GILFRANCISCO SOBRE MÁRIO CABRAL. Disponível em: <http://sergipeeducacaoecultura.blogspot.com/2008/02/gilfrancisco-sobre-mrio-cabral.html>. Acesso em: 19 de out. de 2022

MÁRIO CABRAL. Por: Tânia Menezes. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/artigos/2022518>. Acesso em: 19 de out. de 2022


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