Por: Allan de Oliveira.
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O presente texto foi baseado numa
entrevista concedida pelo amigo Ras de Sá. De acordo com ele, no período da
baixa Idade Média havia lugares separados dos feudos ocupados por muitos homens
dos campos e dos bosques que mantinham viva uma antiga religião europeia: a
religião celta. Assim, no mês de junho, época do verão europeu, logo após as
colheitas, os celtas faziam as colheitas e davam grandes festas. Festas essas
regadas a bebidas alcoólicas, comidas típicas produzidas com os alimentos
plantados por eles mesmos, juntamente com danças ao redor de uma fogueira sob a
sonoridade de instrumentos produzidos pelos próprios celtas. Esses povos pagãos
celebravam o solstício de verão.
A Igreja Católica tentou acabar com
esse festejo, que, na verdade, tratava-se de rituais, mas não conseguiu. E não
conseguindo, ela passou a impor uma nova ordem: ao invés de agradecer aos
deuses da Terra, como os celtas faziam, para agradecer a colheita, a Igreja
passou a impor que se celebrasse a Santo Antônio, São João, e São Pedro nessa
época do mês de Junho. E, a princípio, a festa era chamada de “joanina” em
referência a São João, mas quando esse festejo chegou ao Brasil passou a ser
chamado de “festas juninas” por ser comemorado no mês de junho.
E se formos observar a festa de São
João com outras festas católicas, a festa do São João não é distinta dos
rituais celtas porque se nota famílias reunidas num ambiente sereno com pessoas
bêbadas e comendo muito (um pecado segundo o monoteísmo: por ser o pecado da
gula). Além de ser, uma festa com várias comidas típicas, onde as pessoas
dançam forrós em volta de fogueiras.
Ou seja: isso mostra resquícios dessa
festa pagã dos povos celtas e como a Igreja não conseguiu acabar com esse
festejo, ela apenas acabou com a adoração às divindades celtas. Como em
Portugal e na Espanha havia muitos povos pagãos celtas, esse costume acabou
chegando ao Brasil.
De acordo com o entrevistado, no Nordeste brasileiro os festejos juninos são mais fortes do que em outras regiões do país porque o Nordeste foi a primeira região do país a receber os portugueses e os espanhóis que ainda comemoravam essa festa pagã que ainda hoje é conservada.