HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 4

Por: Allan de Oliveira.

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(Marcha dos tenentes na Praça Fausto Cardoso em 1924)

 

O TENENTISMO EM SERGIPE

 

Entre 1922 a 1926 muitos oficiais do exército brasileiro, principalmente tenentes, revoltaram suas tropas em diversos estados contra o Governo Federal de Artur Bernardes e Washington Luís, que era controlado pelas oligarquias rurais. Os tenentes revoltosos exigiram novas eleições para presidente e a implantação de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil. 

Em Sergipe aconteceram duas revoltas tenentistas, ambas lideradas pelos tenentes Augusto Maynard Gomes, João Soarino, e o capitão Eurípedes Lima. 

Na madrugada de 13 de julho de 1924, oficiais do 28º Batalhão de Caçadores, o 28 BC, prenderam o governador Graccho Cardoso, o comandante da Polícia Militar, passando a ter controle sobre Sergipe por quase um mês. 

O presidente Arthur Bernardes deu ordem ao Exército para acabar com a revolta militar em Sergipe, o General Marçal de Faria marchou com suas tropas para o estado sergipano, conseguindo prender os tenentes rebeldes. 

Os tenentes Augusto Maynard, João Soarino e o Capitão Eurípedes Lima fugiram da prisão e fazem outra revolta no 28º BC para tentar derrubar o governador Graccho Cardoso. Esse fato aconteceu em janeiro de 1926. Mas, houve forte reação da polícia militar no Palácio do Governo, provocando a derrota dos tenentes revoltosos que foram levados presos para a ilha de Trindade, arquipélago brasileiro que faz parte do Espírito Sando, situado no Oceano Atlântico. 

Em 1927, os tenentes revoltosos presos foram transferidos da Ilha da Trindade para Aracaju. Lá chegando foram saudados pelo povo.

  

O CANGAÇO EM SERGIPE

 

O cangaço foi um movimento que surgiu em fins do século XIX e início do século XX no Nordeste do Brasil. Esse movimento foi criado por causa da miséria enfrentada pelos pobres dessa região do país que enfrentavam a fome, injustiças sociais e a falta de terra para trabalhares no sertão. E armados com rifles, revólveres, punhais, e montados à cavalo, faziam justiça com as próprias mãos contra os poderosos locais, invadindo fazendas e cidades para conseguir dinheiro, alimento e armas. 

Em 1928, o cangaceiro mais famoso da história, o Lampião, juntamente com seu bando chegam a Sergipe, cometendo os seus atos fora-da-lei. Principalmente, nos municípios do sertão e do agreste de Poço Redondo, Porto da Folha, Gararú, Monte Alegre, Canidé do São Francisco, Frei Paulo, Carira, Dores, Capela, Pinhão, e Aquidabã. 

Havendo vários combates no sertão sergipano entre os cangaceiros e a polícia (chamadas na época de volantes). Dentre os combates mais famosos se destacam os de Poço da Volta, Lagoa de Domingos João, Cangaleixo, Maranduba, e Zitaí. 

Em julho de 1938, Lampião, Maria Bonita, juntamente com onze cangaceiros foram mortos por uma volante que contava com 45 homens na gruta do Angico (atualmente no município de Poço Redondo). Após esse acontecimento, outros cangaceiros como Corisco (o Diabo Louro), e Zé Sereno ainda continuaram resistindo no sertão nordestino até 1940 quando o presidente Getúlio Vargas promulgou uma lei que concedia anistia aos cangaceiros. Assim, muitos cangaceiros restantes se entregaram. Mas, Corisco não se entregou e foi morto pela volante no município de Barra dos Mendes (Bahia). Esse episódio enfraqueceu o cangaço que acabou sendo finalizado completamente.

 

SERGIPE NA 2ª GUERRA MUNDIAL

 


O maior de todos os conflitos marcado por um dos maiores genocídios de todos os tempos, a Segunda Guerra Mundial, também escreveu sua história em terras sergipana quando soldados do Nordeste tiveram de defender a costa brasileira que estava sendo atacada por submarinos nazistas e fascistas provenientes da Alemanha de Hitler e da Itália de Mussolini. 

“Entre 16 e 23 de agosto de 1942, o submarino alemão “U-507”, comandado pelo Capitão Harro Schacht afundou cerca de nove embarcações na costa sergipana. Os ataques eram noturnos e os torpedos do submarino atingiram facilmente os navios desarmados que navegavam com suas luzes acesas. 

Os principais navios afundados na costa sergipana foram: O “Baependy”, o “Araraquara”, o “Aníbal Benevolo”, o “Bagé”, o “Itagiba” e o “Arara”. 

Os pilotos do recém-criado Aero-club de Sergipe, viram cenas estranhas e chocantes quando sobrevoavam as praias do Mosqueiro e de Mangue Seco: pessoas desesperadas pedindo ajuda, pedações de madeira, tonéis, boias, e centenas de cadáveres arrastados pelas ondas em direção à areia. Eram os náufragos do ataque alemão. 

Morreram 652 pessoas; apenas 187 sobreviveram. Era impossível transportar tantos cadáveres para Aracaju. Os defuntos eram enterrados ali mesmo, nas dunas do Mosqueiro, que se transformou no primeiro cemitério de náufragos da América”. (CORRÊA & ANJOS. p. 48 e seg.) 

 

LEIA TAMBÉM

HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 1:

https://bit.ly/3jkq4pp 

HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 2:

https://bit.ly/3Bm2G1b 

HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 3:

https://bit.ly/3sQmaro  

HISTÓRIA DE SERGIPE – PARTE 5:

https://bit.ly/3gV4BlB

 

REFERÊNCIA:

Brasil na Segunda Guerra Mundial. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_na_Segunda_Guerra_Mundial>. Acesso em 18 de mar. de 2020.

Corisco. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Corisco>. Acesso em 18 de mar. de 2020.

CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo. ANJOS, Marcos Vinícius Melo dos. História de Sergipe para vestibulares e outros concursos. Aracaju. Info Graphic’s, 2009.

NEVES, Daniel. O que foi a Coluna Prestes?. Disponível em: <ttps://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-a-coluna-prestes.htm>. Acesso em: 17. de mar. de 2020.

FERNANDES, Me. Cláudio. Cangaço. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/cangaco.htm >. Acesso em 17 de mar. de 2020.  

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